Dois meses

Há dois meses eu tinha pensado
em te chamar para o meu aniversário.
Eu te imaginei lá
com os meus amigos.
Eu me imaginei
dizendo o quanto você me fazia bem.

Mas aí os dois últimos meses aconteceram.
Eu me obriguei a me distanciar
porque você estava distante
e sequer me disse o motivo,
mesmo quando eu perguntei.
Você sequer me deu 'parabéns'.

Até que na última segunda,
como nosso costume antigo,
eu te chamei e você veio.
Tomamos vinho, conversamos sobre os mesmos assuntos.
Eu esperei que você mencionasse algo
sobre esses dois meses,
mas você escolheu agir como se nada tivesse acontecido.
Então eu entrei na sua
e nem foi difícil.

Reparei nos seus olhos cansados,
no seu descontrole em querer trocar de música a todo instante,
nas suas conquistas,
que são só suas e eu não tenho o direito de julgar,
mas seus olhos não brilhavam.
Você só vomitava palavras como quem vive uma vida desgostosa
e para a rotina por duas horas
pra sentir prazer com alguém que conheceu
há dois meses.

Você nunca me fez bem,
você nunca fez nada por mim.
Seu beijo não era mais tão gostoso
e ouso dizer que senti
na verdade
certo enjoo.
Te dei a deixa para ir embora
com a promessa nas entrelinhas de que isso se repetiria.
Não vai.
Eu só queria o prazer, depois daquele outro prazer,
de te deixar confuso
como você fez comigo.

Pelos próximos dois meses
e por todos os outros que virão.

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