Papo vai, papo vem

O amor acontece devagarinho. Ele começa com um receio do tipo ''será que eu vou mesmo nesse encontro''? Mando mensagem para minha melhor amiga percebendo que  não é que eu não queira, é que eu já achava que você era demais pra mim. Mas eu fui e essa foi a minha melhor decisão nos últimos meses. Nem sempre o amor começa com acordos como contratos pré-estabelecidos. No final das contas era uma tentativa muito falha de te afastar de mim ou impedir uma aproximação próxima demais. Só que esse muro que eu criei você escalou com maestria me mostrando que amor se forma nos detalhes tão sutis. Como aquele jantar perfeito que você preparou pra nós e, porra, eu nem estava num filme. Era real. Você com sua camisa, calça e descalço, preparando entrada, prato principal e sobremesa. Não foi pouco, mas você fez parecer tão corriqueiro, que eu me senti amada de uma forma singela. Depois vieram tantas outras mesas postas, que é o que eu mais amo na gente. Conversar enquanto preparamos no

9 de Junho de 2016 Não seria nada ruim conviver com esse sorriso lindo que brota timidamente em seus lábios e se transforma na arma perfeita para atingir meu coração. Pelo contrário, seria a realização dos meus melhores sonhos. Pode parecer precipitado imaginar uma convivência, já que não temos o mínimo de intimidade, mas o precipício é assim mesmo. A gente vai com tudo, com a cara e com a coragem. Depois do salto, há duas hipóteses: ou vivemos uma das melhores experiências da nossa vida, ou nos estatelamos no chão e ficamos com feridas emocionais bem mais graves que as físicas. A sorte é que, no amor, sempre há uma segunda chance para quem se permite virar a página e recomeçar. Você é quem eu escolho para ser minha próxima página. Só prometa nunca deixar de me fascinar, que eu prometo fazer valer.

19 de Dezembro de 2016 (quase sete anos depois, esse texto ainda cai como uma luva) Me confundi comigo mesma. Acreditei, por um longo tempo, que seguia os conselhos que dava. Todas as frases feitas sobre o amor e a sua beleza, sobre se entregar por inteiro à alguém, sobre ser feliz sem amarras. Não que seja mentira a minha crença sobre essas citações, mas hoje eu vi que não as sigo à risca. Apontando o dedo para o medo dos outros, esqueci do meu próprio. Um medo que funciona como mecanismo de autodefesa, utilizado como máscara ou armadura para prevenir possíveis ataques do amor. Porém, agindo dessa forma, nunca me senti satisfeita. Os defeitos vinham antes das qualidades, os contras vinham antes dos prós, nada me bastava. Preferia permitir que os sentimentos do outro fossem maiores que os meus, afinal, em toda relação há o que ama mais. Eu não queria ser essa pessoa, não queria sentir dor quando o fim viesse. Felizmente sou ariana e a emoção acabou falando mais alto que a razão. Pode p

20 de Abril de 2018  "O aniversário de um acontecimento ruim nos torna inquietos. As mesmas sensações estão aqui, agora. O medo de viver tudo de novo. E sim, já faz certo tempo, mas não consigo deixar de lado. Não importa o quanto passe, porque se foi intenso, se repetirá ano após ano." Era assim que eu pensava, só que esses dias escrevi sobre as desculpas que você me deve e li sobre perdoar a si mesmo. Engraçado, não? Quer dizer, você ainda me deve as desculpas, é uma dívida eterna, mas eu parei pra pensar que não preciso delas para seguir em frente. Foi um choque porque me fez perceber as nossas semelhanças, ao invés de tentar encontrar as diferenças.  Foi como ver nos seus erros, os meus. Também já fiz coisas ruins e a verdade é que talvez eu não tenha superado. Então me martirizo com meu pior castigo, temendo e até esperando, vivê-lo novamente. Nada disso aconteceu, você não voltou pra se preencher e me azarar. Porém é como se um fantasma estivesse pairando, todos esses m