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Mostrando postagens de julho, 2023

Você vale trinta segundos do dia de alguém?

Quando li a sua mensagem, falei pra mim mesma que estava tudo bem. A primeira decepção viria de novo e eu já não sou mais tão fraca assim. Eu tinha um sábado pela frente pra sair com os amigos e não ia deixar aquilo me abalar.  E eu não deixei. Fiz piada sobre a situação e bebi na tentativa de seguir o fluxo da vida. Até conheci algumas pessoas naquela noite, não deixou de ser divertido.  Mas ontem eu percebi que estava fazendo aquilo de novo, estava jogando uma situação e um sentimento pra debaixo do tapete, evitando sentir só porque não é um bom sentimento. Te evitando porque ainda me lembro de como você me deixava viva. Eu sou mestre em fazer isso, em fingir que nada existiu. Mas tudo existiu, todas aquelas conversas e aqueles momentos. Você existiu, não foi só uma ilusão na minha cabeça. Mais uma vez fico me martirizando com questionamentos sobre qual momento eu me tornei descartável. De repente estou em dois mil e dezessete, como aquela garota buscando aprovação e medindo as palav

Vamos viajar no final de semana?

Está liberado se emocionar? Tem certeza mesmo? Esse foi o nosso combinado, mas eu não quero ser... demais. Quer dizer, eu quero, só que ainda tenho resquícios de medo. Nem tudo aqui é movido por aquela coragem. Porque pra amar tem que ter coragem. E logo você, que eu julguei pelos anos vividos, tem mais coragem que tantos por aí. Eu te olho e te vejo como um sonho adolescente e adormecido. E não encare isso como algum tipo de ofensa. É que me disseram esses dias mesmo que pra parecer interessante eu preciso ser menos... eu. Que coisa, não? Porque na contramão disso tudo, sendo exatamente quem eu sou, você rasga elogios que, ensaiados ou não, pode continuar. Eu adorei e adoro tudo o que sai da sua boca, mesmo com aquele receio, pois estou pronta pra ser corajosa com você. Estou pronta para aquela praia, no off, só chamegos. Hoje eu cometi um erro: estava vendo suas fotos. Aí me deparei com o seu sorriso, aquele que começa ligeiro pelo lado esquerdo. Lembrei de domingo e de ter visto ess

Enquanto a saudade ainda é boa

Por enquanto eu gosto de sentir a saudade. Enquanto ela fala mais sobre coisas boas e termina em algo bom. Será que um dia meus lábios vão se cansar da sua pele? Acho que não. Estou me esforçando pra dizer que gosto, e não que amo. Porque não quero te assustar, porque não quero me assustar, porque não quero que isso se transforme em uma saudade ruim cedo demais. Você já está preparado pra me tornar estranha? Pra conhecer alguém mais interessante, mais parecida com você? Eu ainda não estou. Anseio o seu corpo, que está longe demais agora. Anseio a sua voz, que faz tempo que eu não ouço, em áudios e mais áudios encenando uma intimidade que não tínhamos. Agora temos, mas você continua longe demais. Me despertando saudade,  por enquanto boa. Uma saudade que vai terminar em algo bom. Num encontro, quinta ou sexta, não decidimos. Enquanto seu distanciamento é só a correria da vida, e você ainda não me tornou estranha.

Insônia

Estou pensando em você e não consigo dormir. Mas não de um jeito romântico como as pessoas costumam contar. É péssimo, e eu odeio me sentir assim. Esse frio na barriga, a inquietação da mente, o corpo trêmulo. O pior é que não posso culpar alguém além de mim por essas sensações, não posso simplesmente perguntar o que eu fiz para merecer isso. Eu sei exatamente sobre o que esse castigo se trata. É estranho porque a situação atual explica muita coisa, como o fato de eu me esforçar em vão para ter conexões profundas com a pessoa que está, provavelmente, dormindo agora do seu lado. A única conexão que eu anseio é a nossa. Ao passo que me sinto fria e culpada, também me sinto ligeiramente vangloriosa por ter a afirmação de que os olhares eram mútuos, mesmo sutis. De que os toques arrepiavam, mesmo que breves. De que a vontade existia em ambos, mesmo não verbalizada. E eu nunca, nunca, verbalizaria. Por medo de não ser recíproco e sim apenas uma ideia estúpida da minha cabeça. A verdade