Postagens

Mostrando postagens de abril, 2023

Dia da Mentira

9 de Abril de 2020 Parabéns, atrasado. Essa é mais umas das minhas máscaras porque se eu dissesse na data certa corria o risco de deixá-la cair e você ver muita verdade. Às vezes ainda sonho com, bem, nós. E é como era: um sentimento novo, eletrizante, um pouco renegado, mas bom. Quando sinto falta, me apego aos tais vacilos e no fato de que você não era assim tão perfeito. Porque se eu pensar demais, é tentador, e eu também não sou assim tão perfeita. O mundo está aí e eu espero unicamente que você saiba aproveitar por nós. Que você experimente todos os cafés, visite as praias mais lindas, continue ouvindo músicas incrivelmente incríveis, e as divida com alguém, se quiser também, de vez em quando. Eu vou continuar aqui reprimindo, usando máscaras e essa é a grande ironia da coisa: sou a maior farsa do primeiro de abril.

O seu guarda-chuva

11 de Dezembro de 2018 Eu ensaiei por um mês algo legal pra te falar. Eu procurei metáforas. Eu analisei o destino. Eu li alguns contos de fadas. O que aconteceu entre nós foi uma mistura de tudo isso e mais um pouco, mas no final não tínhamos mais nada a dizer. Talvez nunca tivesse havido algo a dizer porque você não me conhecia e eu não te conhecia e era pra ser assim. Um desejo não presente e não realizado. Uma explicação que nenhum de nós deve. E o seu guarda-chuva que é só um guarda-chuva emprestado que eu finjo que não sei de onde veio.

Cheiro de mar

13 de Dezembro de 2017 Sentada na cadeira de sempre, no quarto de sempre, fazendo o de sempre. Escrevendo sobre romances que ainda arrepiam minha pele e lamentando os erros que não podem ser reparados. Ou podem, a gente vai descobrir no final. Há dois anos, juro, me veio a ideia de um livro. E quanto mais eu pensava, mais aquilo me deixava em êxtase, porque era como viver a história. Falava de um cara que chegou pra fazer bagunça na cabeça de uma mulher, mas uma bagunça boa, sério. Ela, com seu jeito organizado e metódico, mascarava a vontade de conhecer o mundo e fazer umas loucuras. Ele, largado e livre, a desmascarava. Hoje pensei em escrever sobre você e me deparei com a ideia acima, inacabada em meu notebook. Foi então que caiu a ficha, porque eu escrevi sobre nós antes mesmo de termos nos conhecido. Quando te vi pela primeira vez, eu pensei “estou ferrada”. Pensei isso dia após dia, a cada conversa, a cada vez que nos aproximávamos mais. Naquela noite, depois de algumas doses e r

Eu só quero dizer que foi especial

24 de Novembro de 2017 “Hey, está podendo falar?”. Pensei em começar assim uma conversa entre a gente na última quarta, às 22:35. Tenho a terrível mania de cultivar amizades proibidas, mas o que posso fazer se essas são as melhores pessoas? As que te conhecem, que te ouvem, te decifram. E por mais que haja um clima imenso entre nós, você não me negaria a palavra. De todo modo, decidi não mandar a tal mensagem. Não quero ser a pessoa que julgo cometendo os mesmos erros. Às vezes acho que não sou tão diferente dela, esbanjando equilíbrio quando por dentro estamos um terrível caos. Será que ela se sente sozinha, com raiva? Será que seríamos amigas em um contexto diferente? Sinto falta de falar sobre isso e todos os outros assuntos com alguém. Aquela série imperdível que você me cobrava e eu dizia “vou assistir”, bem, estou na terceira temporada. E agora que assisto sequer podemos discutir o quanto a história é excitante. O que, entre nós, não foi dessa forma? Excitante. Não tem a ver com

De P para N

21 de Agosto de 2016 N., Ontem foi seu aniversário. Estávamos brigados, ainda estamos, mas eu não consegui agir com indiferença. Não consegui simplesmente evitar a data e seguir para o próximo dia. Mandei mensagem uma e sete da manhã. Nada demais, uma palavra e uma carinha. Estava rondando o terreno, verificando o nível da sua decepção ou, até mesmo, da sua raiva. Não adiantou. Meu pequeno gesto foi visto como falta de consideração, e eu sinto muito. Aquele não era o meu verdadeiro voto de felicidade; o real está aqui. Há poucas semanas eu procurava um amor que ouvisse minhas músicas favoritas comigo.  Em seguida o universo, bondoso como é, me trouxe você. Me trouxe alguém que presenteia com livros, que manda mensagens fofas após os encontros, que envia letras na hora de dormir. Sei que nem tudo foram maravilhas, ainda mais considerando nosso último desentendimento, mas há momentos bons a serem recordados. A conexão, a entrega. Guarde essas lembranças no seu coração e continue sem olha

Até ontem

Ninguém nunca abriu a porta do carro pra mim, até ontem. Até eu sair de um lugar que ainda não é meu lugar, e ver você parado lá com os braços cruzados esperando. Eu não sei o que você esperava, não sei se naquele primeiro momento suas expectativas foram destruídas ou superadas, mas eu sei que eu pensei: "essa é a porra de uma cena de um filme romântico". É muito óbvio falar de você e de cenas no mesmo contexto, só que eu vou aproveitar essa previsibilidade. Nosso encontro foi como subir no palco para apresentar uma peça que eu já fiz tantas vezes, então isso me ajudou com o nervosismo. Consegui respirar antes de responder, consegui responder o que eu queria que você ouvisse. Eu só não consegui mudar o final, porque eu entro demais nesse personagem que eu criei. Aquela que só mostra as partes que quer para conseguir o que quer, que são momentos de frio na barriga. Os momentos em que existe a ansiedade boa, o ciúme bom, a saudade boa, o perigo bom. E assim a gente foi dançando

Aceitamos o amor que imaginamos merecer

23 de junho de 2016 É, no mínimo, loucura desejar alguém que você ainda não conhece. Alguém que apareça na sua vida quando você estiver num dos seus melhores dias, bela e radiante. Alguém que te notou, e queria ser notado. Alguém que, sutil e lentamente, se apoderou do seu terreno para então partir pro: “Quer sair comigo?” Alguém que seja cavalheiro a ponto de abrir a porta do carro e com a medida certa de audácia para te beijar no primeiro encontro. Alguém que desfrute pequenos gestos e toques. Alguém que saiba a hora de acelerar, e a hora de desacelerar. Alguém que deixa suas pernas bambas para então suspendê-las pela parte de trás dos joelhos. Alguém que se preocupa com seus sentimentos e sensações, e depois te oferece a camiseta como camisola. Quem nunca quis esse clichêzão? Pena que desejar alguém assim é tipo desejar o impossível. Não se trata de perspectiva baixa ou alta, se trata da pura realidade. Os “alguéns” que a gente encontra sempre pendem para o lado inocente demais ou p

Hesitante

16 de fevereiro de 2016 Quando dei por mim, não tinha mais volta, o envolvimento era inegável. Não foi à primeira vista, o que prova, acredito, que vai além de mera atração. Pra falar a verdade eu não dava a mínima. Aí você sumiu e eu te notei. Que paradoxo, não? Passamos a nos encontrar apenas nos corredores da vida, coisa rápida. Eu te avistava e ficava dividida: cumprimento ou não? Mas eu sempre escolhi cumprimentar, e você sempre escolheu corresponder. Com a mesma discrição que se foi, voltou. Parou diante de mim e fez uma pergunta tosca. Foi proposital, só uma forma de aproximação? Diz que sim, porque eu adorei. A propósito também adorei o novo visual, ótima escolha. Vem cá e me fala uma coisa: até que ponto você corresponde? Porque é exaustivo se perguntar tantas vezes em vinte e quatro horas, dia após dia, “será?”. O não eu já tenho e o sim está distante demais. Basta-me um talvez. Nesse curto espaço de dúvida vou te mostrar tudo o que você não imagina, e você vai me mostrar tud

Se Você Permitisse

18 de janeiro de 2016 Perdi a conta do quanto disse a mim mesma: esse será o último texto. Não existe a tecla pause ou stop para os pensamentos, nem pra escrita, quando já se tornou hábito. Talvez fosse melhor se elas existissem, talvez fosse menos torturador. Às vezes imagino finais diferentes para o nosso começo. Se você permitisse, tudo teria sido tão... feliz. Complicado, mas feliz. Não se atreva a dizer que não posso compartilhar as imagens dessa minha imaginação fértil. Aqui você é só um expectador, então se delicie com as possibilidades. Aquele carinho do qual você tanto se recorda de ter recebido, eu te daria todos os dias, e eu sei que seria recíproco. Há uma infinidade de sons, mas nada se compara à sua voz; é o que eu mais gosto de ouvir. Nós combinamos de uma forma muito esquisita; eu sou você de vestido, lembra? Engraçado porque ao mesmo tempo parecemos tão diferentes, tão opostos. Pensando bem, não existe também quebra cabeça com apenas um modelo de peça, elas não se enca

Nossa Vírgula

16 de Maio de 2016 Grande parte dos relacionamentos têm começo, meio e fim. Noventa e nove por cento dos meus foram dessa forma, mas um por cento é você. Tivemos um começo, um meio, mas não um fim. Isso me perturba. Mesmo estando longe em todos os possíveis sentidos, eu ainda te sinto. Como uma vírgula, entende? E quando eu tive a oportunidade de colocar um ponto final no nosso parágrafo, você fez o favor de estragar tudo. Aí eu te pergunto: por quê? Não é agradável essa sensação de inacabado. Seguimos nossas vidas com tantos “e se” quando eu só quero seguir em frente com a página virada. Talvez seja divertido pra você  me ver desse jeito, como se de alguma forma ainda estivéssemos ligados, mas saiba que não é bem assim. Às vezes estou numa leitura chata e tento me convencer de que o final valerá a pena, porque não gosto de largar as coisas pela metade. Pensando bem você não merece a comparação, nosso final nunca teria valido a pena. Então é melhor deixar tudo como está: você aí e eu a

No meio da noite

27 de novembro de 2015 Título anterior: Tipo Sherlock Holmes Sabe aquela cena em que uma mulher acorda no meio da noite, assustada, com medo, gritando, suando, e a pessoa ao lado a acalma dizendo que está tudo bem, porque ela não está sozinha? Pois é, pensei que essa cena acontecesse apenas em filmes. Eu estava na escola, numa daquelas aulas chatas de Física e você me ligou. Com uma mistura de sentimentos no coração e uma mistura de pensamentos na cabeça, atendi. Alguns minutos de conversa com apenas um pedido, que também atendi. Foi tudo tão rápido! Tomados pela ânsia de desinibição tomamos nossas doses. Eu acreditava em cada palavra que saía da sua boca, é claro, afinal você tinha um jeito tipo Sherlock Holmes, como quem sabe de tudo, é experiente no assunto e prevê o que vem depois. Só que quando suas visões se concretizaram você partiu pra outra. Outra aventura, outra dose, outra. E no dia em que eu acordei no meio da noite, assustada, com medo, gritando, suando, você não estava lá

Geminiano - 1/3

O celular vibra e eu olho rapidamente. Não é você. Tinha arquivado a nossa conversa pra evitar esse tipo de ansiedade, mas não adiantou. Fico me perguntando se é assim que acaba. Fomos de zero a cem tão rápido. Mais rápido ainda de cem a zero. Uma conversa na madrugada, e eu nem sou de dormir tarde. Era impossível dormir, e eu ainda consigo sentir a eletricidade, as risadas, os sorrisos bobos. Um encontro numa segunda, e eu nem sou de sair durante a semana. Era impossível recusar, e eu ainda consigo sentir a tensão, os beijos, os toques nem um pouco bobos. Um outro encontro numa outra segunda, e eu nem sou de sentir saudade assim tão rápido. Era impossível não sentir, e eu ainda te sinto em mim. O celular vibra e eu olho rapidamente. Ainda não é você.

Dela Para Ele - A Resposta

13 de janeiro de 2016 Querido canalha sem charme, Fiquei extremamente surpresa com a chegada da sua carta e em momento algum pensei em rasgá-la. Sou curiosa, meu caro, mas você não sabe disso porque jamais me conheceu verdadeiramente. Você não é o senhor do tempo, não é um Sherlock Holmes, não é alguém que possui algum tipo de poder sobrenatural, então não fale como se o que aconteceu, aconteceu porque você quis. A vida foi quem quis e eu aceito as consequências da escolha dela. Uma coisa está certa: a parte em que você diz que vai ouvir o meu obrigada. Obrigada por ter ido embora e me poupado da sua presença repugnante. Suas aparições são cheias de segundas intenções, mas dessa vez será diferente porque um de nós está diferente.  Atormente o quanto quiser, o meu corpo e a minha vida estão blindados com essa tal aura brilhante que muito se compara a uma safira amarela. Proibida, estilhaçada, mas ainda preciosa e vigorosa. As lembranças são vagas e turvas; a cada dez, nove são ruins. Ac

Dele Para Ela

16 de novembro de 2015 Querida moça bonita, Espero que você não tenha rasgado esta carta antes de lê-la e se não o fez, atenda meu último pedido: leia-a até o fim. Sei que minhas atitudes nunca foram as mais honestas, você provavelmente guarda uma enorme mágoa, mas quero que entenda os meus motivos de ter partido seu coração. Fui um canalha, o pior canalha que uma novela poderia ter como o típico ''mocinho-vilão'', aquele que traz nas suas maldades certo charme. Eu não tinha charme algum, e ainda assim você me escolheu. Eu menti tanto, manipulei tanto, brinquei com sentimentos puros e sinceros. Sabe o que me deixa mais perturbado? Fiz tudo isso de propósito. Fiz porque não podia deixar que outro fizesse; fiz porque você precisava ser moldada da maneira correta. As palavras podem soar hipócritas, mas um dia ainda ouvirei o seu ''obrigada''. Cada mensagem, cada ligação e cada encontro foram arquitetados minuciosamente para que, no fim, o objetivo fosse alc

Quando...

1 de novembro de 2015 Quando sua amiga lhe convidar para aquele bar que o seu ex-namorado nunca te levou, aceite. Coloque o salto mais bonito do seu guarda roupa e passe batom vermelho. Aliás, pinte suas unhas também de vermelho: Paixão – aquele da Coloroma. Quando chegar ao bar, não se retraia. Sabemos que situações novas deixam as pessoas desconcertadas, mas você estará linda. Tudo bem, pode tomar alguma dose bem forte, eu sei que isso te deixa mais a vontade. Quando sua amiga do convite lhe apresentar aquele carinha gato que você viu no Instagram dela, tente não corar. Puxe conversa, mostre interesse. Não pense nas diversas distâncias que os separam, não pense no futuro. Viva o momento. Quando ele decidir deixar os amigos de lado pela sua companhia e lhe oferecer uma bebida, permita-se pedir um chopp. Seja engraçada e o ouça. Xeque-mate. Provavelmente o papo irá durar a sua estada toda. Quando a hora de dar tchau chegar e seu número for solicitado, sinta intensamente cada ato seguin

Término

22 de maio de 2015 Eu diria que a maior parte dos namoros não tem apenas um término. Se a relação não vai bem e você vê a separação como uma solução para o problema, lhe vem à cabeça as consequências dessa escolha. Você se imagina contando aos parentes e amigos que aquela paixão teve fim, que ‘’não estava dando mais certo’’. Você se imagina apagando todas as fotos das redes sociais com declarações de amor na legenda. Você se imagina encontrando aquela pessoa na rua ou talvez no mercado, e sabe que se isso acontecer a sua bochecha irá corar, sua mão irá tremer e o coração vai disparar. Ah, e pior, você se imagina encontrando aquela pessoa na companhia de uma nova companheira. Você se imagina riscando aquelas viagens do pensamento e imagina como será sua nova rotina. E então, imaginando tudo isso, você decide que encontrará outra solução para o problema. Depois de pensar num plano B e depois de tentar colocá-lo em prática, você vê que pra uma relação desgastada não existe plano B. Nós te

Garota Noturna

21 de maio de 2015 Certa vez ele me disse, com sorriso no rosto: ''Você é uma garota noturna, assim como eu.'' Será mesmo? Quero dizer, como pode uma garota ter medo do escuro e ser noturna? Talvez a gente goste tanto desse período porque sabemos que as luzes estarão acesas. As luzes dos comércios, as luzes da rua, as luzes da cidade. E naquele momento, você era a minha luz; a luz que surgia a cada fim de tarde. Foi bom o tempo que durou, mas fico feliz por ter acabado. Antes eu estava cega e amedrontada, eu não era capaz de enxergar o lado positivo do seu sumiço, do seu repentino ''apagão''. Você me ligou e eu não queria conversar, porque não era mais você que me iluminava. É como uma lâmpada: dura alguns dias, alguns meses, mas elas sempre queimam. E então você deve trocar.