Nossa Vírgula
16 de Maio de 2016
Grande parte dos relacionamentos têm começo, meio e fim. Noventa e nove por cento dos meus foram dessa forma, mas um por cento é você.
Tivemos um começo, um meio, mas não um fim. Isso me perturba. Mesmo estando longe em todos os possíveis sentidos, eu ainda te sinto. Como uma vírgula, entende? E quando eu tive a oportunidade de colocar um ponto final no nosso parágrafo, você fez o favor de estragar tudo. Aí eu te pergunto: por quê?
Não é agradável essa sensação de inacabado. Seguimos nossas vidas com tantos “e se” quando eu só quero seguir em frente com a página virada. Talvez seja divertido pra você me ver desse jeito, como se de alguma forma ainda estivéssemos ligados, mas saiba que não é bem assim.
Às vezes estou numa leitura chata e tento me convencer de que o final valerá a pena, porque não gosto de largar as coisas pela metade. Pensando bem você não merece a comparação, nosso final nunca teria valido a pena. Então é melhor deixar tudo como está: você aí e eu aqui. Nossa vírgula sempre vai existir e você não vai passar de mais um livro na minha estante. Indiferente e incompleto.
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