Permitindo-me

19 de Dezembro de 2016 (quase sete anos depois, esse texto ainda cai como uma luva)

Me confundi comigo mesma. Acreditei, por um longo tempo, que seguia os conselhos que dava. Todas as frases feitas sobre o amor e a sua beleza, sobre se entregar por inteiro à alguém, sobre ser feliz sem amarras. Não que seja mentira a minha crença sobre essas citações, mas hoje eu vi que não as sigo à risca.

Apontando o dedo para o medo dos outros, esqueci do meu próprio. Um medo que funciona como mecanismo de autodefesa, utilizado como máscara ou armadura para prevenir possíveis ataques do amor.

Porém, agindo dessa forma, nunca me senti satisfeita. Os defeitos vinham antes das qualidades, os contras vinham antes dos prós, nada me bastava. Preferia permitir que os sentimentos do outro fossem maiores que os meus, afinal, em toda relação há o que ama mais. Eu não queria ser essa pessoa, não queria sentir dor quando o fim viesse.

Felizmente sou ariana e a emoção acabou falando mais alto que a razão. Pode parecer inteligente manter o pé atrás e ver o outro se jogar de cabeça, mas isso não é viver, não é encontrar a felicidade.

Abrindo mão de um pensamento egoísta, estou sentindo as coisas mais intensas que já senti. Como diz Antônio, "mesmo em atraso, amar ainda está dentro do prazo". Estou deixando que consuma cada célula do meu corpo, cada pedacinho da minha alma. As borboletas no estômago são constantes, e vale a pena. O medo ainda existe, mas não me domina. O amor sempre existiu, e hoje me transborda.

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