Aquela tarde
Quando penso em um dia feliz, me teletransporto para aquela tarde. Um clima não muito frio, mas também não muito quente. Você me oferecendo o que eu amo tomar: um café. Sem pressa, com conversa. Falando trivialidades, como se fosse comum essa dinâmica entre nós.
A constatação de que seria perfeito: janela aberta, cortina esvoaçante com a brisa... Ah, a brisa! E sob a luz amarelada daquele céu, mais conversa. Até que nossas bocas suplicaram e não houve mais o que fazer a não ser ceder.
Ceder ao beijo sufocado que a gente sempre tem que reprimir. Ceder às mãos curiosas que a gente sempre tem que controlar. Ceder ao seu peso em cima de mim, que é sempre o melhor jeito de começar. Só que nas vezes imperfeitas você virava o rosto de vez em quando, voluntária ou involuntariamente. Não agora. Não nessa vez perfeita em que eu te peço: quero que olhe pra mim quando terminar.
E você obedeceu, olhando na minha alma com aqueles lindos olhos claros, com a feição de quem me devorava a cada centímetro que se unia a mim. Depois desabou nos meus braços com um beijo que dizia que você também tinha sentido aquilo, aquela tarde.
E então eu soube que jamais esqueceria um dos melhores dias da minha vida. Que eu jamais esqueceria você.
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